Da saída do filho de casa, à morte e à separação.
Saiba o que é e como agir para não entrar em depressão diante de seus filhos. A dor acaba quando a ordem familiar for refeita.
Foram anos se dedicando a criação dos seus filhos até o dia em que eles resolveram cair no mundo. Na casa que antes era cheia de vozes, o silêncio passa a reinar. Não tem como evitar, este é o ciclo da vida. Mas para que você não se deprima diante do crescimento dos seus filhos, saiba como agir quando a síndrome do ninho vazio bater a sua porta.
O ninho vazio é algo pontual e que tem hora certa para acabar. "Pode haver uma base depressiva, mas a síndrome ocorre a partir de um evento, como a saída do filho de casa ou até mesmo a morte. E sua duração se estende do momento da separação até a inclusão de uma nova ordem familiar", explica a psicóloga Silvana Martani.
No entanto, de acordo com a também psicóloga Sueli Castillo, se essa tristeza se prolongar e for caracterizada também por uma falta de objetivos, a situação pode se transformar em depressão. Há ainda um agravante para as mulheres já maduras: a menopausa. "O período do climatério, culminando com a menopausa, afeta a mulher. Ela sente-se envelhecida, sua função reprodutora não existe mais, sua auto-estima abaixa, a imagem que vê no espelho não lhe agrada e sente-se muito fragilizada emocionalmente", descreve Sueli.
Características da personalidade também interferem na forma como a separação é encara. "As pessoas dramáticas sofrem mais, como em tudo na vida", afirma Silvana. E, segundo a profissional, ninguém se prepara para uma separação, mesmo que ela seja programada. "Todos sentem, mas quanto melhor tiver sido a elaboração da separação, melhor as pessoas envolvidas vão lidar com a dor", conclui.
A intensidade do sentimento de perda depende ainda de outros fatores, como por exemplo o motivo da saída do filho da casa dos pais. "Se a separação for por bons motivos, como casamento, faculdade ou mesmo para morar sozinho, desde que os pais participem do processo, tudo é mais tranqüilo. Mas se for dolorosa, por causa de brigas ou morte, o sentimento de dor dura mais", explica Silvana.
Enfim sós novamenteE o que fazer com tanto tempo livre? Se sua vida não foi estruturada apenas em torno do seu filho, fica fácil seguir adiante nessa nova fase. Trabalhos, cursos, programas com amigos e por que não reacender a chama e aproveitar a vida com o maridão?
Esse resgate, segundo a psicoterapeuta Suely Molitérno, vai depender se o casal cultivou a relação a dois durante toda a vida. "Quase sempre a mulher tende a "abandonar" o parceiro quando tem seus filhos, dedicando-se somente a eles, colaborando para que a vida a dois não sobreviva até o período do esvaziamento do ninho", explica.
A psicóloga Silvana Martani deixar claro que não é mais possível viver como dois pombinhos recém-casados. "Não existe um retorno. Este é um novo momento, onde o casal deve encontrar outros prazeres", esclarece.
Sueli Castillo compartilha o pensamento de Silvana e acrescenta que o casal precisa conviver a dois sem cobranças referentes ao passado.
Como os filhos podem ajudar?Nessa fase é essencial uma inversão de papéis: os filhos precisam "consolar" os pais, principalmente a mãe. "Explique que você não deixou de amá-la e que esta é apenas uma nova fase, sendo que o mais importante é a qualidade da relação e não a quantidade", aconselha Sueli Castillo.
Para Silvana Martani, existe uma regra básica de coerência: "Tudo o que o filho promete tem que cumprir. Este é um vínculo de honestidade". De acordo com a psicóloga, muitos filhos falam que vão ligar todo dia, que vão almoçar junto com os pais uma vez por semana, mas não concretizam essas promessas. "Não fale o que você não vai cumprir", indica.
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